O espírito Joanna de Ângelis nos fala sobre as doenças
psico-somáticas e o importantíssimo papel da mente na saúde:
O ser humano é um conjunto harmônico de energias,
constituído de Espírito e matéria, mente e perispírito, emoção e corpo físico,
que interagem em fluxo contínuo uns sobre os outros.
Qualquer ocorrência em um deles reflete no seu
correspondente, gerando, quando for uma ação perturbadora, distúrbios, que se
transformam em doenças, e que, para serem retificadas, exigem renovação e
reequilíbrio do fulcro onde se originaram.
Desse modo, são muitos os efeitos perniciosos no corpo
causados pelos pensamentos em desalinho, pelas emoções desgovernadas, pela
mente pessimista e inquieta na aparelhagem celular.
Determinadas emoções fortes - medo, cólera, agressividade,
ciúme - provocam uma alta descarga de adrenalina na corrente sanguínea, graças
às grândulas supra-renais. Por sua vez, essa ação emocional, reagindo no
físico, nele produz aumento da taxa de açúcar, aliada a forte contração
muscular, face à volumosa irrigação do sangue e sua capacidade de coagulação
mais rápida.
A repetição do fenômeno provoca várias doenças, como a
diabetes, artrite, hipertensão... Assim, cada enfermidade física traz um
componente psíquico, emocional ou espiritual correspondente. Em razão da
desarmonia entre o Espírito e a matéria, a mente e o perispírito, a emoção (os
sentimentos) e o corpo, desajustam-se os núcleos de energia, facultando os
processos orgânicos degenerativos provocados por vírus e bactérias, que neles se
instalam.
Conscientizar-se desta realidade é despertar para a valores
ocultos que, não interpretados, continuam produzindo desequilíbrios e
somatizando doenças, como mecanismos degenerativos na organização somática.
Por outro lado, os impulsos primitivos do corpo, não
disciplinados, provocam estados ansiosos ou depressivos, sensação de
inutilidade, receios ou inquietações que se expressam ciclicamente, e que a
longo prazo se transformam em neuroses, psicoses, perturbações mentais.
A harmonia entre Espírito e a matéria deve viger a favor do
equilíbrio do ser, que desperta para as atribuições e finalidades elevadas da
vida, dando rumo correto e edificante à sua reencarnação.
As enfermidades, sobre outro aspecto, podem ser consideradas
como processos de purificação, especialmente aquelas de grande porte, as que se
alongam quase que indefinidamente, tornando-se mecanismos de sublimação das
energias grosseiras que constituem o ser nas suas fases iniciais da evolução.
É imprescindível um constante renascer do indivíduo, pelo
renovar da sua consciência, aprofundando-se no autodescobrimento, a fim de mais
seguramente identificar-se com a realidade e absorvê-la. Esse autodescobrimento
faculta uma tranqüila avaliação do que ele é, e de como está, oferecendo os meios
para torná-lo melhor, alcançando assim o destino que o aguarda.
De imediato, apresenta-se a necessidade de levar em conta a
escala de valores existenciais, a fim de discernir quais aqueles que merecem
primazia e os que são secundários, de modo a aplicar o tempo com sabedoria e
conseguir resultados favoráveis na construção do futuro.
Essa seleção de objetivos dilui a ilusão - miragem
perturbadora elaborada pelo ego - e estimula o emergir do Si, que rompe as
camadas do inconsciente (ignorância da sua existência) para assumir o comando
das suas aspirações.
Podemos dizer que o ser, a partir desse momento, passa a
criar-se a si mesmo de forma lúcida, desde que, por automatismo, ele
normalmente o faz através de mecanismos atávicos da Lei de evolução.
A ação do pensamento sobre o corpo é poderosa, ademais
considerando-se que este último é o resultado daquele, através das tecelagens
intrincadas e delicadas do perispírito (seu modelador biológico), que o elabora
mediante a ação do ser espiritual, na reencarnação.
Assim sendo, as forças vivas da mente estão sempre
construindo, recompondo, perturbando ou bombardeando os campos organo-genéticos
responsáveis pela geração dos caracteres físicos e psicológicos, bem como sobre
os núcleos celulares de onde procedem os órgãos e a preservação das formas.
Quando mais consciente o ser, mais saudáveis os seus
equipamentos para o desempenho das relevantes tarefas que lhe estão reservadas.
Há exceções, no entanto, que decorrem de livre opção pessoal, com finalidades
específicas nas paisagens da sua evolução.
O pensamento salutar e edificante flui pela corrente
sanguínea como tônus revigorante das células, passando por todas elas e
mantendo-se em harmonia no ritmo das finalidades que lhes dizem respeito. O
oposto também ocorre, realizando o mesmo percurso, perturbando o equilíbrio e a
sua destinação.
Quando a mente elabora conflitos, ressentimentos, ódios que
se prolongam, os dardos reagentes, disparados desatrelam as células dos seus
automatismos degeneram, dando origem a tumores de vários tipos, especialmente
cancerígenos, em razão da carga mortífera de energia que as agride.
Outras vezes, os anseios insatisfeitos dos sentimentos
convergem como força destruidoras para chamar a atenção nas pessoas que
preferem inspirar compaixão, esfacelando a organização celular e a respectiva
mitose, facultando o surgimento de focos infecciosos resistentes a toda
terapêutica, por permanecer o centro desencadeador do processo vibrando
negativamente contra a saúde.
Vinganças disfarçadas voltam-se contra o organismo físico e
mental daquele que as acalenta, produzindo úlceras cruéis e distonias
emocionais perniciosas, que empurram o ser para estados desoladores, nos quais
se refugia inconscientemente satisfeito, embora os protestos externos de
perseguir sem êxito o bem-estar, o equilíbrio.
O intercâmbio de correntes vibratórias (mente-corpo,
perispírito-emoções, pensamentos-matéria) é ininterrupto, atendendo aos
imperativos da vontade, que os direciona conforme seus conflitos ou aspirações.
Idéias não digeridas ressurgem em processos enfermiços como
mecanismos auto-purificadores; angústias cultivadas ressumam como distonias
nervosas, enxaquecas, desfalecimentos, camuflando a necessidade de valorização
e fuga do interesse do perdão; dispepsias, indigestões, hepatites originam-se
no aconchego do ódio, da inveja, da competição malsã -geradora da ansiedade -
do medo, por efeito dos mórbidos conteúdos que agridem o sistema digestivo,
alterando-lhe o funcionamento.
O desamor pessoal, os complexos de inferioridade, as mágoas
sustentadas pela autopiedade, as contrariedades que resultam dos temperamentos
fortes de constantes atritos com o organismo, resultando em cânceres de mamas
(feminino), da próstata, taquicardia, disfunções coronarianas, cardíacas,
enfartos brutais...
Impetuosidade, violência, queixas sistemáticas, desejos
insaciáveis respondem por derrames cerebrais, estados neuróticos, psicoses de
perseguição...
O homem é o que acalenta no íntimo. Sua vida mental
expressa-se na organização emocional e física, dando surgimento aos estados de
equilíbrio como de desarmonia pelos quais se movimenta.
A conscientização da responsabilidade imprime-lhe destino
feliz, pelo fato de poder compreender a transitoriedade do percurso carnal, com
os olhos fitos na imortabilidade de onde procede, em que se encontra e para a
qual ruma. Ninguém jamais sai da vida.
Adequando-se à saúde e à harmonia, o pensamento, a mente, o
corpo, o perispírito, a matéria e as emoções receberão as cargas vibratórias
benfazejas, favorecendo-se com a disposição para os empreendimentos idealistas,
libertários e grandiosos, que podem ser conseguidos na Terra graças às dádivas
da reencarnação.
Assim, portanto, cada um é o que lhe apraz e pelo que se
esforça, não sendo facultado a ninguém o direito de queixas, face ao princípio
de que todos os indivíduos dispõem dos mesmos recursos, das mesmas
oportunidades, que empregam, segundo seu livre-arbítrio, naquilo que realmente
lhes interessa e de onde retiram os proventos para sua própria sustentação.
Jesus referiu-se ao fato, sintetizando, magistralmente, a
Sua receita de felicidade, no seguinte pensamento: - A cada um será dado
segundo as suas obras.
Assim, portanto, como se semeia, da mesma forma se colherá.
Por Joanna de Ângelis & Divaldo Franco;
Autodescobrimento (Ed. LEAL)
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