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sexta-feira, 18 de março de 2011

Profilaxia da Alienação - Richard Simonetti



Dois pacientes conversam no manicômio:
– Sou Francisco de Assis!
– Como soube?
– Uma revelação!
– De quem?
– De Deus.
– Mentira! Nunca lhe falei nada disso!
Este é o clássico exemplo de doentes mentais afastados da realidade,em estágio num mundo de fantasia.
Distúrbios graves dessa natureza,originários de acidente circulatório,senilidade, Mal de Alzheimer e outros, situam-se por cobranças cármicas que o destino faz ao paciente e à família. É o decantado resgate de débitos pretéritos,conforme ensina a Doutrina Espírita.
Em O Evangelho segundo o Espiritismo,capítulo V, item 14, Kardec faz oportuna observação, que merece nossa reflexão:
[…] é certo que a maioria dos
casos de loucura se deve à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem a coragem de suportar. [...]
Interessante, leitor amigo. O Codificador considera que a loucura,na maioria dos casos, é produzida pela inconformação diante de situações difíceis, como a morte de
um ente querido, o desastre financeiro,a decepção amorosa, a doença grave,a solidão.
Se a tensão é muito grande, pela recusa em enfrentar os desafios existenciais, fervem os miolos, derrete a razão.
O mesmo ocorre com muitos recém-desencarnados.
Nas reuniões mediúnicas deparamos com entidades nessa lamentável condição. Pouco afeitos à oração e à reflexão, mente presa a situações que dizem respeito à existência física, perturbam-se e caem na alienação.
Como a dimensão espiritual é uma projeção da dimensão física,começando exatamente onde estamos,tendem a gravitar em torno de seus familiares, negócios, vícios, paixões, ambições…
Confusos e aflitos, perturbam os que lhes sofrem a influência,com sua perplexidade e indignação diante de acontecimentos para eles incompreensíveis.
– Meus filhos estão roubando minha fortuna – reclama o usurário,sem perceber que se trata de uma partilha envolvendo o inventário de seus bens.
– Minha mulher está me traindo
– reclama o esposo, sem perceber que ela está refazendo sua vida afetiva.
– Meu marido recusa-se a conversar comigo – reclama a esposa,sem perceber que o marido simplesmente não a vê.
Mente prisioneira das ilusões da Terra, têm dificuldade para encarar as realidades do Além.
Mais lamentável que a alienação mental, que atinge Espíritos encarnados e esencarnados, é a alienação existencial que lhe dá origem.
É o viver sem noção dos porquês da existência.
De onde viemos, o que estamos fazendo na Terra, para onde vamos?
Fiz certa feita uma pesquisa junto a colegas de trabalho, com destaque para a seguinte pergunta:
Qual o objetivo da Vida?
Pasme, leitor amigo! A maioria,mesmo dentre os que se diziam religiosos, não soube responder!
Agora, pergunto-lhe: como pode alguém viver de forma disciplinada,corajosa, espiritualizada,se não sabe o que veio fazer na Terra?
Por isso as pessoas desajustam-se diante das vicissitudes, ficam doentes, atribuladas, infelizes, nervosas,desembocando, não raro, nos transtornos mentais que podem culminar na alienação.
Princípios religiosos tradicionais nos dizem que nossa alma foi criada por Deus no momento da concepção e que a felicidade futura vai depender de cumprirmos o que Deus espera de nós. Num espaço de alguns decênios, decidiremos o nosso futuro para sempre.
É complicado, porque não somos todos iguais.
Não temos o mesmo caráter.
Não temos as mesmas disposições.
Não temos a mesma inteligência.
Não temos as mesmas virtudes.
Não temos a mesma compreensão.
Há gente boa e gente ruim.
Há gente inteligente e gente
obtusa.
Há gente religiosa e gente materialista.
Há gente virtuosa e gente viciosa.
Há gente altruísta e gente egoísta.
Será que Deus nos fez assim,com tão gritantes diferenças, como se tivesse criado uns para a salvação e outros para a perdição?
Tais dúvidas induzem ao amornamento da crença e, não raro, à descrença.
Por isso, habituam-se as pessoas a viver sem questionamentos,preferindo o imediatismo terrestre às cogitações celestes.
O Espiritismo nos ajuda a superar a alienação existencial, a partir da fé racional, como propõe Kardec, compromissada com a lógica e o bom senso.
Somos Espíritos imortais.
Já vivemos múltiplas existências no passado e continuaremos a viver no futuro, desdobrando experiências de aprendizado e aprimoramento.
Cada um de nós tem uma idade espiritual, e nossa personalidade, com nossas facilidades e limitações, com nossas tendências boas ou más, é o somatório de nossas
ex p e r i ê n c i a s do passado, do que fizemos.
As vicissitudes da Terra, os problemas e dissabores que enfrentamos guardam relação
também com o nosso passado.
Tanto melhor os enfrentaremos quanto maior a nossa confiança em Deus e a disposição de lutarmos contra nossas imperfeições,buscando fazer o melhor.
É o que destaca Kardec, na sequência do citado item 14, ao reportar-se ao indivíduo que enfrenta as atribulações da Terra:
[...] se encarando as coisas deste mundo da maneira por que o Espiritismo
faz que ele as considere, o homem recebe com indiferença, mesmo com alegria, os reveses e as decepções que o houveram desesperado noutras circunstâncias, evidente se torna que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, lhe preserva de
abalos a razão, os quais, se não fora isso, a conturbariam.
Perfeito! Encarar os desafios do caminho, na jornada da vida, com as lentes do Espiritismo, é a melhor maneira de não tropeçarmos na alienação.
Pode parecer um exagero o receber mesmo com alegria, os reveses e as decepções...
Difícil rir na dor ou festejar na frustração.
Mas não seria essa a postura lógica de alguém que resgata uma dívida? Se chorar diante do credor,não haverá de ser pela euforia de liquidar o débito?
E se difícil nos parece chegar a tanto, diante da adversidade, que pelo menos preservemos a sanidade física e espiritual, cultivando bom ânimo.
Assim como são necessários os suplementos vitamínicos diários para suprir determinadas deficiências orgânicas, é importante, indispensável mesmo, que alimentemos nossa alma com a leitura e a reflexão em torno das ideias que Kardec,
sabiamente, desenvolve em O Evangelho segundo o Espiritismo, sob inspiração
dos mentores espirituais.
Somente assim teremos condições para, em todas as situações,conservarmos a saúde espiritual,indispensável ao perfeito aproveitamento da jornada.
http://cienciafilosofiareligiao.blogspot.com/2010/12/profilaxia-da-alienacao-richard.html

sábado, 12 de março de 2011

A LIÇAO DO RELÓGIO


A LIÇAO DO RELÓGIO

do Livro: Minutos com Chico Xavier - José Carlos De Lucca
Deus nos deu, no relógio, uma grande lição, porque os ponteiros assinalando o tempo, não caminham nunca para trás ... Chico Xavier
BACCELLI, Carlos, Chico Xavier, Mediunidade e Paz. DIDIER.

Ao despertarmos a cada manhã, recebemos um presente de Deus: o presente de um novo dia.

Que significado tem isso para nós? Um novo dia quer dizer uma nova oportunidade, um novo recomeço.

Chico Xavier nos ensina a aprender com os ponteiros do relógio que sempre caminham avante. Assim também deve ser a nossa vida.

Não podemos estacionar nas dificuldades, nas mágoas, na rebeldia, pois do contrário o relógio de nossa vida também deixa de andar e passaremos a viver em um mar de total estagnação. E a estagnação muitas vezes produz miséria, doença e ignorância.

Quando acordamos pela manhã, os ponteiros do relógio já avançaram em relação ao dia passado, convidando-nos também a avançarmos rumo ao crescimento que nos cabe em todos os setores de nossa existência.

Um novo dia é o ensejo de retomar sonhos, reiniciar projetos, restaurar amizades e afetos, experimentar novos caminhos. É Deus, cheio de esperança em nós, dizendo-nos para irmos adiante apesar do passado de sombras e amarguras, desencantos e aflições.

Aproveitemos esse recomeço para também nos renovarmos virando as páginas tristes do calendário de nossa vida. Não traga o ontem para o hoje. Entreguemos nosso coração ferido para os dias que já se foram. Para dar as boas vindas ao novo d ia é preciso se despedir do dia velho. Pense e esteja decidido a deixar no chão do tempo tudo aquilo que não pode ser mais mudado.

Hoje Deus lhe deu o presente mais valioso que você já recebeu em sua existência. Ele lhe deu o tesouro do tempo para que você o aproveite e escreva, com atitudes positivas, a sua história de felicidade. O minuto de quem chega à vitória é o mesmo minuto de quem experimenta o fracasso.

Vamos dar corda no relógio de nossa vida?
APARECIDA CONCEIÇÃO
“Deus parece estar reunindo no céu um exército dos puros de coração.
Se assim o for, Dona Aparecida é mais um grande esforço para essa infantaria do amor.
Aos 95 anos de idade ela transcende a matéria e deixa para Uberaba e para todas as almas generosas a missão de continuar sua obra.”
Estas palavras foram escritas pelo jornalista François Ramos no “Jornal da Manhã”, de Uberaba, numa das muitas homenagens prestadas a Aparecida Conceição Ferreira, que nas proximidades do Natal despediu-se da vida física. 
Dela, para as gerações futuras, ficam incontáveis exemplos de abnegação e amor ao próximo, materializados sobretudo no Hospital do Fogo Selvagem, que prossegue, sob o nome de Lar da Caridade, atendendo a portadores da doença  dermatológica pênfigo-foliáceo (o popular fogo selvagem) e a milhares de outras pessoas carentes, inclusive crianças, em diferentes projetos sociais.
Dona Cida, como era também chamada, nasceu em Igarapava (SP), no dia 19 de maio de 1917, filha de Maria Abadia de Almeida, não chegando a conhecer o pai.
Mudou-se para Uberaba em meados da década de 50, de onde viria a tornar-se uma das figuras mais queridas e respeitadas de todo o país. Sua vida, no entanto, foi sempre marcada por muitas lutas. A maior delas, e certamente a mais conhecida, é pelos doentes do pênfigo, considerada, naquela época, uma doença contagiosa, o que acirrava o preconceito e o drama de seus portadores.
Trabalhando na enfermagem do Setor de Isolamento da Santa Casa de Misericórdia, atual Hospital Escola de Uberaba, Dona Cida ficou inconformada quando soube que os pacientes teriam de deixar o hospital, sem condições de levar adiante tais tratamentos. Por isso, em 1958, tomou uma decisão que mudaria completamente sua vida: deixou o emprego para se dedicar àqueles doentes, postos na rua.
Certa de que algo precisava ser feito, e com urgência, a dedicada enfermeira não titubeou, reuniu os 12 pacientes e os levou para sua casa. Dias depois, porém, conseguiu para ela e seus tutelados um pavilhão no Asilo São Vicente, onde permaneceram por dez anos. Mas em apenas um ano o número de doentes havia quadruplicado, e Dona Cida foi buscar socorro em Chico Xavier, a partir do que também ela, que era católica, iniciou sua aproximação da Doutrina Espírita, que virou sua fé publicamente a partir de 1964.
Os esforços de Dona Cida pelos doentes do pênfigo romperam distâncias, fazendo-a conhecida em outros Estados, sobretudo por reportagens conduzidas pelo jornalista Saulo Gomes, tocado pela luta daquela humilde mulher. Mas nem por isso ela foi poupada de alguns constrangimentos.
Em São Paulo, chegou a passar oito dias presa acusada de arrecadar dinheiro sob falso pretexto, mas todos que a conheciam logo se manifestaram a seu favor e da sua obra, que em 1961 já atendia a mais de 360 pessoas com pênfigo, pessoas oriundas de várias partes do país.
Mas foi da maior metrópole brasileira que depois partiria também boa parte da ajuda para construir o seu tão sonhado hospital, que em 1962 teve sua pedra fundamental lançada, sendo inaugurado sete anos depois.
“Aos que buscam desenvolver algum trabalho, a minha mensagem é que tenham muito amor, muita sinceridade” – declarou ela, em setembro de 1999, numa entrevista para o jornal “Folha Espírita”, de São Paulo.
Aparecida Conceição Ferreira era viúva de Clarimundo Emídio Martins, com quem se casou em 1934, e tinha oito filhos, dos quais dois adotivos. Estava internada com pneumonia havia seis dias no Hospital São José. Seu passamento ocorreu em 22 de dezembro, às 9h. O corpo foi velado na Casa de Orações do Lar da Caridade, onde grande número de pessoas foi prestar-lhe a última homenagem. O sepultamento se deu às 12h no Cemitério São João Batista, em Uberaba.
Quanto ao Lar da Caridade, atende hoje a mais de 3 mil pessoas, sendo presidido por Ivone Aparecida Vieira da Silva, neta de Aparecida Conceição. A instituição desenvolve diversos trabalhos sociais e permanece de portas abertas a quem quiser conhecer o trabalho iniciado por Dona Cida.
Fica na Rua João Alfredo, 437 – Nossa Senhora da Abadia – CEP 38025-380
Uberaba, MG – telefone (34) 3318-2900.
Para saber mais sobre a vida de Dona Cida, vale consultar o biográfico “Uma vida de amor e caridade”, de Izabel Bueno, publicação da Editora Espírita Cristã Fonte Viva (www.fonteviva.com.br).
Transcrito do Boletim SEI 2173

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Felicidade...


Existe a felicidade? Será ficção ou realidade? Se não existe, porque tem sido essa a aspiração de todas as gerações através dos séculos e dos milênios? Já não seria tempo de o homem desiludir-se? Se existe, porque não a encontram os que a buscam com tanto empenho?
Que nos responda o poeta:
"A felicidade está onde nós a pomos; e nunca a pomos onde nós estamos".
Eis a questão. A felicidade é um fato desde que a procuremos onde realmente ela está, isto é, em nós mesmos.
O desapontamento de muitos com relação à felicidade, desapontamento que tem gerado incredulidade e pessimismo, origina-se de a terem procurado no exterior, onde ela não está; origina-se ainda de a suporem dependendo de condições e circunstâncias externas, quando todo o seu segredo está em nosso foro íntimo, no labirinto dos refolhos de nosso ser.
O problema da felicidade é de natureza espiritual. Circunscrito à esfera puramente material, jamais o homem o resolverá. O anseio de felicidade que todos sentimos vem do Espírito, são protestos de uma voz interior.
O erro está em querermos atender a esses reclamos por meio das sensações da carne e da gratificação dos sentidos. Daí a insaciabilidade, daí a eterna ilusão! O fracasso vem da maneira como pretendemos acudir ao clamor do Espírito. Ao rufiar de asas, respondemos com o escarvar de patas.
A ideia da felicidade é tão real como a da imortalidade: aquela, porém, como esta, diz respeito à alma, não ao corpo.  Ao Espírito cumpre alcançar a felicidade que está, como a imortalidade, -em si mesmo, na trama da própria vida, dessa vida que não começa no berço nem termina no túmulo. A felicidade, neste mundo onde tudo é relativo, não exclui o sofrimento. Mesmo na dor, a felicidade legítima permanece atuando como lenitivo.
De outra sorte, sofrer durante certo tempo e ver-se, depois, livre do sofrimento, já não será felicidade? O doente que recupera a saúde e o prisioneiro que alcança a liberdade já não se sentem, por isso, felizes? A saudade que nos crucia, não se transforma em gozo quando, novamente, sentimos palpitar, bem junto ao nosso, o coração amado?
Não é bom sofrer para gozar? E' assim que, muitas vezes, a felicidade surge da própria dor como a aurora irrompe da noite caliginosa.
O descanso é um prazer após o trabalho; sem este, que significação tem aquele? Assim a felicidade. Ela representa o fruto de muitos labores, de muitas porfias e de acuradas lutas. Vencer é alcançar a felicidade. Podemos, acaso, conceber vitória sem refregas? Quanto mais árdua é a peleja, maior será a vitória, mais saborosos os seus frutos, mais virentes os seus louros.
Para a felicidade fomos todos criados. "Quero que o meu gozo esteja em vós, e que o vosso gozo seja completo." As graças divinas estão em nós, mas não as percebemos. A vida animalizada que levamos ofusca o brilho da luz íntima que somos nós mesmos. Vivemos como que perdidos, insulados, ignorando-nos a nós próprios. Encontrarmo-nos e nos reconhecermos como realmente somos — eis a felicidade.
Fugirmos da espiritualidade é fugirmos de nós mesmos. Querendo fruir prazeres sensuais, adulteramos nossa íntima natureza, resvalando para o abismo da irracionalidade. Desse desvirtuamento vem a dor, dor que nos chama à realidade da vida e nos conduz à felicidade.
A alegria de viver é conseqüência natural de um certo estado de alma, e significa viver profundamente .
"Eu vim para terdes vida e vida em abundância". A verdadeira vida é sempre cheia de alegria; é um dia sem declínio, um sol sem ocaso. O céu é a região da luz sempiterna. A ele não iremos pela estrada ensombrada de tristezas, luto e melancolia. O caminho que conduz à felicidade, resolvendo os problemas da vida, é estreito: não é escuro, nem sombrio. Estreito, no caso, significa difícil, mas não lúgubre.
A alegria de viver nasce do otimismo, o otimismo nasce da fé. Sem fé ninguém pode ser feliz. Sem fé e sem amor não há felicidade.
As virtudes são suas ancilas. Haverá felicidade maior que nos sentirmos viver no coração de outrem? "Pai, quero que eles (os discípulos) sejam um em mim, como eu sou um contigo." A fusão de nossa vida em outra vida é a máxima expressão da ventura. O egoísmo é o seu grande inimigo. Alijá-lo de nós é dar o primeiro passo na senda da felicidade.
Sendo a felicidade resultante de uma série de conquistas, é, por isso mesmo, obra de educação. Através da auto-educação de nosso Espírito, lograremos paulatinamente a felicidade verdadeira.
O reino de Deus — que é o do amor, da justiça e da liberdade — está dentro de nós, disse Jesus com o peso de sua autoridade. Descobri-lo, torná-lo efetivo, firmar em nós o império desse reino, vencendo os obstáculos e os embaraços que se lhe opõem — tal é a felicidade.
Para finalizar, concedamos a palavra a Leon Denis, o grande apóstolo da Nova Revelação:
Como a educação da alma é o senso da vida, importa resumir seus preceitos em palavras:
Aumentar tudo quanto for intelectual e elevado. Lutar, combater, sofrer pelo bem dos homens e dos mundos. Iniciar seus semelhantes nos esplendores de verdadeiro e do belo. Amar a verdade e a justiça praticar para com todos a caridade, a benevolência tal é o segredo da FELICIDADE, tal é o Dever, tal é a Religião que o Cristo legou a Humanidade.

Do livro "Em Torno do Mestre" - Vinícius

Paciência não se perde..

"Pela paciência possuireis as vossas almas." 
E' muito  comum ouvirmos  esta  exclamação: perdi  a paciência! Como  sabem, porém, que perderam  a  paciência?  Porque  quando  precisaram  daquela  virtude  para  se  manterem  calmos  e serenos não a encontraram consigo, e, por isso, exasperaram-se, praticaram desatinos, proferiram impropérios e blasfêmias? 
Só  pelo  fato de não encontrarem em  seu patrimônio moral  aquela virtude, alegam  logo que a perderam. Como poderiam, porém, perder o que não possuíam?
Será melhor que os homens se convençam de que eles não têm paciência, que ainda não alcançaram essa preciosa qualidade que, no dizer do Mestre insigne, é a que nos assegura a posse de nós mesmos: Pela paciência possuireis as vossas almas. E não pode haver maior conquista que a conquista própria.
Já alguém disse, com justeza, que o homem que se conquistou a si mesmo vale mais que aquele que conquistou um reino. Os reinos são usurpados mediante o esforço e o sangue alheio, enquanto que a posse de si mesmo só pode advir do esforço pessoal, da porfia enérgica e perseverante da individualidade própria, agindo sobre si mesma. 
Todos  esses,  pois,  que  vivem  constantemente  alegando  que  perderam  a  paciência,  confessam involuntariamente que  jamais a tiveram. Paciência não se perde como qualquer objeto de uso ou como  uma  soma  de  dinheiro.  Os  que  ainda  não  lograram  alcançá-la,  revelam  essa  falha precisamente no momento em que se exasperam, em que  perdem  a compustura e cometem despautérios. Quando, depois, o ânimo serena, o homem diz: perdi a paciência. Não perdeu coisa alguma; não tenho paciência é o que lhe compete reconhecer e confessar. 
Ás virtudes, esta ou aquela, fazem parte de uma certa riqueza cujo valor imperecível Jesus encarece sobremaneira em seu Evangelho, sob estas sugestivas palavras: Granjeai aquela riqueza que o ladrão não rouba, a traça não rói, o tempo não consome e a morte não arrebata. Tais bens  são,  por  sua  natureza,,  inacessíveis  às  contingências  da  temporalidade,  e  não  podem, portanto, desaparecer em hipótese alguma. Constituem propriedade inalienável e legitimamente adquirida pelo Espírito, que jamais a perderá.
Não é fácil adquirirmos certas virtudes, entre as quais se acha a paciência. A aquisição da paciência  depende  da  aquisição  de  outras  virtudes  que  lhe  são  correlatas,  que  se  acham entrelaçadas  com  ela  numa  trama  perfeita.  A  paciência —  podemos  dizer  —  é  filha  da humi ldade e irmã da fortaleza, do valor moral.
O orgulho é o seu grande inimigo. A fraqueza de Espírito é outro obstáculo à conquista daquele precioso tesouro.  Todos os movimentos intempestivos,  todo ato violento, toda atitude colérica são oriundos da suscetibilidade do nosso amor próprio exagerado.   A seu  turno, os desesperos, as aflições incontidas, os estados de alucinação, os impropérios e blasfêmias são conseqüências de fraqueza de ânimo ou debilidade
moral. 
A calma e a serenidade de ânimo, em  todas as emergências e conjunturas difíceis da vida,  só  podem  ser  conservadas mediante  a  fortaleza  e  a  humildade  de  Espírito. E' essa condição  inalterável de ânimo que se denomina paciência. Ela é incontestavelmente atestado eloqüente de alto padrão moral.
Naturalmente, em épocas de calmaria, quando tudo corre ao sabor dos nossos desejos, parece que possuímos aquele preciosíssimo bem. Os homens, quando dormem, são todos bons e inocentes. E' exatamente nas horas aflitivas, nos dias de amargura, quando suportamos o batismo de fogo, que verificamos, então, a inexistência da sublime virtude conosco.
No mundo, observou o Mestre,  tereis  tribulações, mas  tende bom ânimo: eu  venci o mundo. Como ele venceu, cumpre a nós outros, como discípulos, imitá-lo, vencendo também. Cristo é o sublime modelo, é o grande paradigma. Não basta conhecer seus ensinamentos, é preciso praticálos. Daqui a necessidade de fortificarmos nosso Espírito, retemperando-o nos embates cotidianos como o ferreiro que, na forja, tempera o aço até que o torna maleável e resistente.
A  existência  humana  é  urdida  de  vicissitudes  e  de  imprevistos.  Tais  são  as  condições  que havemos de suportar como conseqüências do nosso passado. A cada dia a sua aflição — reza o Evangelho  em  sua  empolgante  sabedoria.  Portanto,  cumpre  nos  tornemos  fortes  para vencermos. Fomos  dotados  dos  predicados para  isso. Tudo que eu  faço, asseverou o Mestre, vós também podeis fazer. 
Se nos é dado realizar os feitos maravilhosos do Cristo de Deus, porque permanecemos  neste estado  de miserabilidade moral? 
Simplesmente  porque  temos  descurado  a obra de nossa educação. A educação do Espírito é o problema universal.
A obra da salvação é obra de educação, nunca será demais afirmar esta tese.
A religião que o momento atual da Humanidade reclama é aquela que apela para a educação sob todos os aspectos: educação física, educação intelectual, educação cívica, educação mental, educação moral.
A fé que há-de salvar o mundo é aquela que resulta desta sentença: 
Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito.

Em Torno do Mestre - Pedro de Camargo (Vinícius)

ALGUNS SERVIÇOS QUE O ESPIRITISMO PODE FAZER POR VOCÊ


Integra você no conhecimento de sua posição de criatura eterna e responsável, diante da vida.

Expõe o sentido real das lições do CRISTO e de todos os outros mentores espirituais da humanidade, nas diversas regiões do planeta.

Revela-lhe o princípio da Reencarnação, determinando o porquê da dor e das aparentes desigualdades sociais.

Suprime-lhe as preocupações originárias do medo da morte, provando que ela não existe.

Confere-lhe forças para suportar as maiores vicissitudes do corpo, mostrando a você que o instrumento físico nos reflete as condições ou necessidades do Espírito Imperecível.

Tranqüiliza você com respeito aos desajustes da parentela corporal, esclarecendo que o lar recebe não somente afetos, mas também os desafetos de existências passadas, para a necessária regeneração.

Demonstra-lhe que o principal templo para o culto da Presença Divina é a consciência.

Liberta-lhe a mente de todos os tabus em matéria de crença religiosa.

Desmistifica e amplia o conhecimento, mostrando com clareza a simplicidade de todas as dimensões da existência.

Elimina a maior parte das preocupações acerca do futuro além da chamada ”morte”.

Dá-lhe o conforto do intercâmbio com os entes queridos, depois de desencarnados.

Permite a presença entre nós de doutrinadores, Espíritos de sublime elevação, para prestar esclarecimentos e acalentar os nossos corações.

Traça-lhe a providência para o combate ou a cura da obsessão.

Entrega-lhe o conhecimento e a capacidade da mediunidade.

Concede-lhe o direito à fé raciocinada.

Destaca-lhe o imperativo da caridade por dever.

Auxilia você a revisar e revalorizar os seus conceitos de trabalho e tempo.

Concede-lhe a certeza natural de que se beneficiarmos ou prejudicarmos alguém, estamos beneficiando ou prejudicando a nós mesmos.

Garante-lhe a serenidade e a paz diante das calúnias e das críticas. 

Ensina a você a considerar adversários por instrutores.

Explica-lhe que, por maiores que sejam as dificuldades exteriores, intimamente você é livre para melhorar ou agravar a própria situação.

Patenteia-lhe que a fé ilumina o caminho, mas ninguém fugirá da lei que manda atribuir a cada qual segundo as suas próprias obras.

Conforta-nos quando informa que:
“A ninguém é permitido voltar para modificar o futuro, mas a todos é permitido, a partir de agora, construir um novo fim.”

                                     “A MAIOR CARIDADE QUE PODEMOS FAZER
                                           EM RELAÇÃO À DOUTRINA ESPÍRITA
                                                      É A SUA DIVULGAÇÃO.”
                                                                 Emmanuel

Autor: André Luís


Ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/auto-conhecimento/terapia-para-a-alma/msg153601/#msg153601#ixzz1EvKLAkeT

História-A salada(Lei de Igualdade)

História - A salada (Lei de igualdade)

História
A Salada 
(Lei de igualdade)
 
Lena é esta garotinha simpática que vocês estão vendo, com laço de fita nos cabelos, brincando com sua amiguinha Tita.
Tita é filha da senhora que, há muitos anos, faz faxina na casa de Lena, e ela tem três irmãozinhos, diferentes de Lena, que é filha única. 

Como é bem difícil sustentar uma família grande, a mamãe de Lena sempre ajuda a mamãe de Tita, dando algumas roupas para as crianças, material escolar, e a própria Tita aproveita alguns vestidos que a Lena, por algum motivo, não usa mais. 
alvez o fato de Tita ser pobre, ou quem sabe por não ter uma aparência tão bonita quanto a de Lena, esta, embora seja sua amiga, a trata com ares de superioridade. Em todas as brincadeiras, a parte de Tita é sempre a mais pesada; Lena sempre é a chefe, a quem manda, a princesa...
A mamãe de Lena, observando que sua filha não tratava Tita com igualdade, com fraternidade, ficou preocupada. Ela não queria que Lena crescesse com preconceitos.
Quem sabe o que é preconceito? É, por exemplo, quando julgamos as pessoas pela aparência, pela cor, pela religião, etc, achando que só os bonitos, bem vestidos, branquinhos, ricos, são bons, são educados. E isto é muito errado!... E, é claro, que a mamãe de Lena não queria que sua filha fosse uma pessoa preconceituosa. Resolveu, então, fazer uma coisa... Que será que a mamãe de Lena fez?
Um dia, chamou à cozinha as duas meninas, que estavam brincando no quarto de Lena.
- Crianças – disse ela – sei que vocês gostam muito de salada de fruta com sorvete, não é?
- Oba, mãe, você vai dar salada com sorvete pra gente? – gritou Lena. Eu quero o meu potinho bem cheio, e o que sobrar pode dar para a Tita. Mamãe olhou muito séria para Lena. Vocês sabem por quê?
- Calma, calma – continuou mamãe – se querem salada de fruta têm que me ajudar a fazê-la!
- Nós ajudamos, mamãe – falou Lena – enquanto eu apanho a saladeira, a Tita pega as frutas e vai descascá-las. E vai jogar as cascas no lixo direitinho, viu Tita?
Mais uma vez, mamãe olhou muito séria para Lena. Sabem por quê?
- As duas vão pegar os potes e lavá-los. Eu descasco e corto as frutas, pois mexer com facas é perigoso.
Tendo lavado logo os potinhos, as meninas foram ver a mamãe preparar a salada.



- Uai, mãe, por que você só está cortando maçã? - falou Lena. E as outras frutas? - Engraçado, minha filha, eu pensei que você só desse importância ao que fosse
bonito, caro...
- Mas, mãe, salada de uma fruta só?...
- Veja: as bananas têm amassadinhos; as uvas são daquelas pretinhas, bem
pequenas; o mamão está com uma cara engraçada, meio torto...
- Mas são gostosos, mãe!... A gente tira os amassadinhos; as uvas pretinhas são docinhas... E que importância tem o mamão estar torto, se ele estiver docinho – argumentou a menina.
- Que bom que você pensa assim, filhinha! Pelo jeito que você trata as pessoas que são diferentes de você, até cheguei a imaginar que julgava pela aparência... Realmente, no reino da pessoas, como no reino das frutas, existem diferenças, o que não quer dizer que a cor, o tamanho, a riqueza, possam fazer melhor ou pior...

Lena imediatamente compreendeu que mamãe falava de Tita, e para provar que
aprendera a lição, abraçando a amiguinha, falou:
- Mamãe, vamos fazer a salada com todas as frutas. Depois você dividirá a salada e o sorvete em partes iguais para Tita e para mim! .

Fonte: apostila da Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora (AME-JF)
Desenhos: Simone Anastácio
 
http://evangelizacao-infantil.blogspot.com/2009_10_01_archive.html

Evolução e Reforma Íntima



Evolução significa desenvolver algo que já existe em potencial. Ou seja, evoluir espiritualmente significa manifestar, de forma gradativa, todo o potencial que existe em nós…

Em biologia, evolução é a mudança das características hereditárias de uma população, de uma geração para outra. Este processo faz com que os organismos mudem ao longo do tempo. A seleção natural é um processo pelo qual características hereditárias que contribuem para a sobrevivência e reprodução se tornam mais comuns numa população, enquanto que características prejudiciais tornam-se mais raras.

O termo evolução vem do latim evolutio, que significa “desabrochamento”. Segundo o dicionário Aurélio, evoluir significa “evolver, passar por transformações”.

Sob a ótica espírita, quando falamos que o espírito evolui desde os primórdios de suas ligações com a matéria, não significa que cada átomo, cada planta ou cada micróbio seja um espírito, mas, que esses reinos primitivos são o molde, a base por onde o princípio inteligente se manifesta a fim de desenvolver-se. É como o casulo da borboleta. Antes, ela só existia como lagarta! Ou seja, tudo na natureza se encadeia para que o espírito realize voos mais altos, rumo ao infinito. Sem o reino animal, o princípio inteligente não teria desenvolvido o instinto, essa força da natureza que é a base da nossa manifestação como seres humanos. É “cuidando do ninho” que são desenvolvidas as primeiras noções de família, para, posteriormente, as transformarmos em sentimento de amor para conosco (autoestima) e com a família universal.

Evolução significa desenvolver algo que já existe em potencial. Ou seja, evoluir espiritualmente significa manifestar, de forma gradativa, todo o potencial que existe em nós. Somos centelhas divinas. Somos a própria manifestação de Deus. Quando amamos, é o amor divino que está em ação. Portanto, trazemos em nossa essência o “código genético do Pai”. Apenas precisamos nos iluminar, nos conhecermos em profundidade para que a grande reforma espiritual se realize e o brilho interno da nossa consciência se manifeste.

Resumindo: sem autoconhecimento não é possível a reforma íntima. “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”. A Verdade está além dos livros, além da razão, da mente. A verdade é nossa realidade maior, é Deus em toda sua Plenitude. Este caminho é eterno, infinito, e a cada passo um novo horizonte se abre diante de nós.

Reforma Íntima em seis perguntas...



Centro Espírita Celeiro de Luz

1. O que é a Reforma Íntima?
A Reforma intima é um processo contínuo de auto-conhecimento, de conhecimento da nossa intimidade espiritual, modelando-nos progressivamente na vivência evangélica, em todos os sentidos da nossa existência. É a transformação do homem velho, carregado de tendências e erros seculares, no homem novo, atuante na implantação dos ensinamentos do Divino Mestre, dentro e fora de si.
2. Por que a Reforma Íntima?
Porque é o meio de nos libertarmos dás imperfeições e de fazermos objetivamente o trabalho de burilamento dentro de nós, conduzindo-nos comestivelmente com as aspirações que nos levam ao aprimoramento do nosso espírito.
3. Para que a Reforma Íntima?
Para transformar o homem e a partir dele, toda a humanidade, ainda tão distante das vivências evangélicas. Urge enfileirarmo-nos ao lado dos batalhadores das últimas horas, pelos nossos testemunhos, respondendo aos apelos do Plano Espiritual e integrando-nos na preparação cíclica do Terceiro Milênio.
4. Onde fazer a Reforma Íntima?
Primeiramente dentro de nós mesmos, cujas transformações se refletirão depois em todos os campos de nossa existência, no nosso relacionamento com familiares, colegas de trabalho, amigos e inimigas e, ainda, nos meios em que colaborarmos desinteressadamente com serviços ao próximo.
5. Quando fazer a Reforma Íntima?
O momento é agora e já ; não há mais o que esperar. O tempo passa e todos os minutos são preciosos para as conquistas que precisamos fazer no nosso íntimo.
6. Como fazer a Reforma Íntima?
Ao decidirmos iniciar o trabalho de melhorar a nós mesmos, um dos meios mais efetivos é o ingresso num Grupo de Estudos Regulares e Sistematizados da Doutrina Espírita, cujo objetivo central é exatamente nosso aperfeiçoamento moral. Com a orientação dos dirigentes, num regime disciplinar, apoiados pelo próprio grupo e pela cobertura do Plano Espiritual, conseguimos vencer as naturais dificuldades de tão nobre empreendimento, e transpomos as nossas barreiras. Dai em diante o trabalho continua de modo progressivo, porém com mais entusiasmo e maior disposição. Mas, também, até sozinhos podemos fazer nossa Reforma Íntima, desde que nos empenhemos com afinco e denodo, vivendo coerentemente com os ensinamentos de Jesus.

O CONHECIMENTO DE SI MESMO

As bases da REFORMA ÍNTIMA foram lançadas por Allan Kardec no LIVRO DOS ESPÍRITOS na pergunta 919 : "Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrebatamento do mal ?
Um sábio da antigüidade vos disse: ‘CONHECE-TE A TI MESMO’."
Na resposta à pergunta 919-A, feita por Kardec aos Espíritos, SANTO AGOSTINHO afirma : "O Conhecimento de Si Mesmo é, portanto, a chave do progresso individual".
Todo esforço individual no sentido de melhorar nesta vida e resistir ao arrebatamento do mal só pode ser realizado conscientemente, por disposição própria, distinguindo-se claramente os impulsos íntimos e optando-se por disposições que nos levem a mudança de comportamento.
A disposição de conhecer-se a si mesmo surge de duas maneiras:
1. surge naturalmente como fruto do amadurecimento espiritual de cada um 
2. provocada pela ação do sofrimento renovador, que sensibiliza a criatura e desperta-a para os valores novos do espírito.
Uns chegam pela compreensão natural outros pela dor, que também é um meio de despertar nossa atenção

CONHECER-SE PELA AUTO-ANÁLISE

919-A - AK - "Compreendemos toda a sabedoria dessa máxima ( Conhece-te a ti mesmo ) mas a dificuldade está precisamente em se conhecer a si próprio. Qual o meio de se chegar a isso ????
A pergunta de AK Santo Agostinho, responde, oferecendo o resultado de sua própria experiência:
"Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: ao fim de cada dia interrogava a minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, e se ninguém teria motivo para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e ver o que em mim necessitava de reforma".
Isso é AUTO-ANÁLISE - É UM PROCESSO SISTEMÁTICO E PERMANENTE DE EFEITOS DIÁRIOS E CONTÍNUOS, ONDE VAMOS

AO ENCONTRO DE NÓS MESMOS.

O processo de auto-análise pode e deve ser utilizado mais intensamente pelo homem, como meio de auto educação permanente e ordenada.
PRECISAMOS sair da condição de indivíduos conduzidos pelos envolvimento do meio, reagindo e mudando , para passarmos a categoria de condutores de nós mesmos, com amplo conhecimento de nossas potencialidades em desenvolvimento.

FAÇA SUA AVALIAÇÃO INDIVIDUAL

CONHECIMENTO DE SI MESMO

Medite, preencha e analise os resultados:
1. Acha que o conhecimento de si mesmo é a chave do melhoramento individual ?
Sim ( ) Não ( ) Sem idéia formada ( ) 
2. Acredita ser conhecedor de si mesmo, em profundidade suficiente, podendo assim identificar os seus próprios impulsos?
Sim ( ) Não ( ) Superficialmente ( ) 
3. Já se preocupou em descobrir os porquês de suas principais manifestações impulsivas no terreno das emoções?
Sim ( ) Não ( ) Raramente ( ) 
4. Refletir sobre si mesmo e auto-analisar-se é difícil?
Sim ( ) Não ( ) Sem experiência ( ) 
5. Como reage quando sente que ofendeu alguém?
Fica penalizado ( ) Sente-se inquieto ( )
Reage com indiferença ( ) Pede desculpas ( )
Pratica autopunição ( ) 
6. Entristece-se ao constatar no seu intimo, por vezes, sentimentos fortes que não consegue dominar?
Sim ( ) Não ( ) Indiferente ( ) 
7. Já tentou relacionar os seus principais defeitos?
Sim ( ) Não ( ) Não vê razões para o fazer ( ) 
8. Diante de algum erro ou falha sua, como se sente?
Indiferente ( ) Deprimido ( ) Procura corrigir-se ( ) 
9. á sofreu alguma dor profunda ou passou por período de doença que lhe tenha feito mudar os seus hábitos ou corrigir algum defeito?
Sim ( ) Não ( ) 
10. Acha que se sentiria mais feliz e alegre compreendendo e controlando melhor as suas reações desagradáveis?
Sim ( ) Não ( ) Indiferente ( )

PONDERE E PROCURE DECIDIR-SE

O que foi abordado até aqui teve como objetivo levar o leitor a refletir sobre a importância do Conhecimento de Si Mesmo, que é a chave do melhoramento individual.
Analise agora as suas respostas, dadas a esse pequeno teste, e conclua por você mesmo como se encontra diante desse trabalho de exploração da sua consciência. É evidente que muito pouco sabemos sobre nós mesmos, mas chegaremos, agora ou depois, cedo ou tarde, à conclusão de que um dia desejaremos ser conduzidos pela própria vontade no caminho do bem. Então, o primeiro passo é exatamente esse: Conhecer-se a Si Mesmo.
Convidamos você a tomar agora a decisão de realizar esse trabalho, caso ainda não o tenha feito ou, se quiser, seguir a leitura abaixo indicada, para maiores reflexões. Os próximos capítulos lhe farão conhecer o campo de batalha a ser enfrentado dentro de você mesmo.

O QUE SE PODE TRANSFORMAR INTIMAMENTE

Esta parte foi desenvolvida sobre três temas básicos, a saber:
  • os vícios;

  • os defeitos;

  • as virtudes.

  • VONTADE FERRAMENTA FUNDAMENTAL

    Há vários métodos que ensinam para fazer algo, porém todos partem de um pressuposto: A Vontade.
    A vontade pode ser fraca ou forte, e ela diz muito do propósito e da capacidade de decisão que imprimimos à nossa vida. A vontade, como vimos, pode ser fortalecida por afirmações repetidas por nós mesmos, como forças desencadeadoras de nossas potencialidades psíquicas, pensando e até dizendo: "eu quero ........", "eu não tenho necessidade ........", "eu vou deixar de ........".
    Assim, vamos fortalecendo a vontade e, ao largarmos o "vício X", devemos fazê-lo de uma só vez, pois não é aconselhável deixar aos poucos.
    O acompanhamento médico, porém, é recomendado em qualquer caso.
    Resistir de todos os modos aos impulsos que naturalmente vão surgir: dessa forma, no decorrer dos dias, a autoconfiança aumenta.
    Com isso desenvolvemos um treinamento de grande valor com relação ao
    domínio e ao controle da vontade, conduzindo-a em direção ao aperfeiçoamento interior, trabalho esse do qual sempre nos afastamos, levados por envolvimentos de toda sorte.
    Nada se conquista sem trabalho. E, vencendo o ........ , capacitamo-nos a superar outros condicionamentos que nos prejudicam igualmente na caminhada evolutiva.

    VÍCIOS

    Os primeiros abrangem aqueles considerados mais comuns, tidos até mesmo como costumes sociais, mas que acarretam, pelos malefícios provocados, sérios danos à nossa constituição orgânica e psíquica. Pela ordem, são eles :
  • o fumo;

  • o álcool;

  • o jogo;

  • a gula;

  • os abusos sexuais

  • A respeito dos vícios, ninguém em nossa sociedade, é criticado ou rejeitado pelo fato de fumar, beber, jogar, comer bem ou ter aventuras sexuais. Tudo isso já foi até mesmo consagrado como natural, e portanto, aceito amplamente como "costume da época".
    Estamos alheios aos perigos e às conseqüências que os citados hábitos nos acarretam, mas um pouco já sabemos:
  • fumo - câncer no pulmão - enfisema - etc

  • álcool - cirrose - ressaca, enxaqueca

  • aventuras sexuais - doenças venéreas - AIDS

  • comer demais - obesidade - colesterol etc.

  • Em alguns países já existem restrições a propaganda de álcool e cigarros , inclusive no Brasil cigarros só podem ter propaganda na TV após as 22h tem que colocar no maço de cigarro que o cigarro faz mal a saúde.
    DEFEITOS
  • orgulho

  • vaidade

  • inveja

  • ciúme

  • avareza

  • ódio

  • vingança

  • Os defeitos para o homem são os grandes impedimentos do seu progresso moral.
    Vamos conhecer as características peculiares de cada um desses defeitos para ser mais fácil identificar e combater.
    "O PREÇO DA LIBERDADE É A ETERNA VIGILÂNCIA" diz um ditado militar, e devemos aplicar a nossa BATALHA ÍNTIMA aqui também vamos precisar da ferramenta VONTADE
    PEDRO CAMARGO "VINÍCIUS"- no livro-O MESTRE NA EDUCAÇÃO- cap. 20 - Querer é poder? - " Há muita gente que procura com afinco realizar seu ‘querer’, por este ou aquele meio, desprezando precisamente o processo seguro do êxito: o saber. Daí os fracassos, o desânimo, a descrença e o pessimismo de muitos".
    E NO FINAL CONCLUI:
    "SABER É PODER, REPETIMOS. AQUELE QUE SABE PODE. AQUELE QUE QUER, E IGNORA A MANEIRA DE REALIZAR SEU ‘QUERER’, NÃO PODE COISA ALGUMA".

    ORGULHO

    amor próprio acentuado- contraria-se por qualquer coisa reage explosivamente a qualquer observação ou critica de seu comportamento menospreza as idéias do próximo, preocupa-se com a aparência exterior, dá demasiada importância a posição social e ao prestigio pessoal.

    VAIDADE

    apresentação pessoal exuberante no vestir nos adornos, intolerância com aqueles cuja posição social ou intelectual é mais humilde, aspiração a cargos e posição de destaque não reconhecimento de sua própria culpabilidade diante do infortúnio que passa.

    INVEJA

    desejo manifestado dentro de nós de possuir algo que vemos em alguém ou na propriedade de alguém crítica a alguém que faz pouco e muito possui estado de depressão, causando tristeza, sofrimento, inconformação e revolta com a própria sorte apego aos valores transitórios da existência: posição social, objetos de uso pessoal, bens materiais, recursos financeiros.

    CIÚME

    nosso apego a objetos e a pessoas - posse.

    AVAREZA

    apego ao dinheiro e a objetos materiais que possuímos.

    ÓDIO

    o ódio é uma manifestação dos mais primitivos sentimentos do homem animal, o ódio nos leva a cometer os atos mais indignos de violência, de agressividade, causando dissensões e até mortes, contraindo muitas vezes as mais penosas dívidas para o futuro junto com o ódio fica o rancor.
    Como combater:
    1. perdoando aos que nos ofendem , Jesus deu a fórmula "não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete" 
    2. o primeiro passo é segurá-lo de todos os modos. Calemos a boca, contamos até dez ou até cem, caso seja preciso. Depois procurar um local onde possamos nos recolher e ir nos acalmando mentalmente, para serenar nosso ânimo exaltado.

    VINGANÇA

    é uma reação carregada de fortes emoção , por uma ofensa a nós dirigida, geralmente são emoções fortes como o ódio que levam as criaturas a atos criminosos de vingança.

    VIRTUDES

  • humildade

  • modéstia

  • sobriedade

  • resignação

  • sensatez

  • generosidade

  • afabilidade

  • doçura

  • compreensão

  • tolerância

  • perdão

  • misericórdia

  • paciência

  • VIRTUDE - não é algo tão distante assim do nosso modo de ser - dicionário - disposição firme e constante para a prática do bem.
    LE 893 - "O sublime da virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal para o bem do próximo, sem intenção oculta".

    Humildade , Modéstia e Sobriedade

    podemos resumir essas três virtudes como sendo:
    Despretensioso , Conformado , Resignado , Simples , Submisso , Respeitoso , Reservado , Comedido , Moderado , Sóbrio.

    Resignação

    Para sermos resignados precisamos aprender a não lamentar a nossa sorte e a aceitar com submissão pacientemente os sofrimentos da vida.

    Sensatez

    Pessoa que age com cautela e sabedoria . Sabedoria pressupõe conhecimento das verdades espirituais e portanto da importância dos fatos e ocorrências da vida como meio de nos elevar na escala da evolução espiritual.

    Generosidade

    Ser bom, pródigo , saber fazer o bem , ser desapegado dos bens terrenos, ter alegria e satisfação em servir

    Afabilidade e Doçura

    São manifestações naturais da benevolência para com as criaturas, resultantes do amor ao próximo. Afável e doce é ser:
    cortês, agradável, bondoso, brando, suave, sereno meigo e terno.

    Compreensão e Tolerância

    Ser compreensivo é estar preparado para aceitar as reações, a conduta, o modo de ser das pessoas sem prejulgamentos ou condenações é aceitar as pessoas como elas são.
    A tolerância e conseqüência da compreensão, como não nos cabe salientar os erros e os defeitos alheios nem mesmo criticar, devemos admitir, desculpar, aceitar, perdoar, atenuar e mesmo comutar erros.

    Perdão

    Devemos perdoar sempre - Jesus - perdoar não sete vezes mas setenta vezes sete vezes - ILIMITADAMENTE

    Misericórdia

    É o esquecimento e perdão das ofensas
    E S E - "O esquecimento das ofensas é o apanágio das almas elevadas, que pairam acima dos golpes que lhes queiram desferir"

    Paciência

    Num mundo de pressa e correrias, como ser pacientes ???
    O relógio é o nosso maior tormento !!!
    Discutimos, perdemos a calma, nos irritamos, nos exasperamos, nos desequilibramos emocionalmente durante o dia várias vezes.
    Aí entra a paciência que serena, pacífica, sem reações violentas, calma, branda. Tolerante, é a aceitação tranqüila, a vigilância ponderada.
    Cada um de nós poderá identificar, nos momentos diários, as ocasiões em que deverá aplicar a paciência.

    UM MÉTODO PRÁTICO DE AUTO-ANÁLISE

    LE-919-A - S. Agostinho " Aquele que, todas as noites, lembrasse todas as suas ações do dia e se perguntasse o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acreditai-me, Deus o assistirá".

    ESTABELECER METAS

    Comecemos por definir o que deve e precisa ser modificado em nós: estabeleçamos nossas metas. Analisemos o que queremos modificar.

    COMO ENFRENTAMOS OS VÍCIOS MAIS COMUNS

    Um caminho é começar pelos hábitos ou vícios que ainda nos condicionam a satisfações ou necessidades prejudiciais ao nosso corpo e ao nosso espírito.

    FIXANDO RESULTADOS PROGRESSIVOS

    Os resultados progressivos tem sido causa de desanimo, ao estabelecer nossas metas achamos que as mudanças tem que ser drásticas e grandes.
    Mas como não conseguimos cumpri-las da noite para o dia nos desiludimos e perdemos a vontade e a coragem de continuar.
    Fixar prazos- semana, mês , bimestre, semestre , ano.
    Ex. cigarro - hoje 10 dentro de um mês 5 dois meses fim
    álcool quantas vezes ingerimos na semana - todos os dia - daqui a seis meses uma vez por semana - um ano parar . Assim por diante...

    FAZENDO UMA PROGRAMAÇÃO GERAL

    A escolha das prioridades dos vícios e dos defeitos a eliminar ficará a nosso critério individual. Temos assim em nossa programação cerca de 18 meses para eliminar 03 dos 05 vícios indicados no quadro.
    Algumas auto-sugestões :
    Abandonarei o cigarro decididamente...
    Evitarei a bebida corajosamente...
    Controlarei os excessos alimentares tranqüilamente...

    A PRÁTICA DO ORAR NO PROPÓSITO DE VIGIAR

    Oremos, com o melhor de nossas intenções, com toda a emoção, e recebamos o influxo das energias suaves que nos serão dirigidas em sustentação aos nossos propósitos.

    CULTIVO DAS VIRTUDES

    Pode parecer que só nos preocupamos com o nosso lado inferior. Mas não precisamos também cultivar as virtudes.
    Um modo de cultivar as virtudes e tentar a substituição dos defeitos por virtudes:
    ORGULHO pela HUMILDADE
    VAIDADE pela MODÉSTIA e SOBRIEDADE
    INVEJA pela RESIGNAÇÃO
    CIÚME pela SENSATEZ e PIEDADE
    AVAREZA pela GENEROSIDADE e BENEFICÊNCIA
    ÓDIO pela AFABILIDADE e DOÇURA
    VINGANÇA pelo PERDÃO
    INTOLERÂNCIA pela MISERICÓRDIA
    IMPACIÊNCIA pela PACIÊNCIA e MANSUETUDE
    OCIOSIDADE pela DEDICAÇÃO e DEVOTAMENTO